Que incrível que as pessoas estejam achando a liberdade pra fazer descobertas assim sobre si mesmas, Marcelle! Cada vez mais eu conheço pessoas que estão em relacionamentos abertos e já conheci até pessoas poliamorosas. Não tenho uma ideia romantizada dessas relações, e acredito que conflitos acontecem como em qualquer outra relação (afinal, nem todos os conflitos derivam de exclusividade sexual, né), e penso que são relações válidas como quaisquer outras. Cada casal se arranja como acha melhor.
Penso que há um tempo essa conversa deveria ser muito mais polêmica, e muitas pessoas não viviam seus sentimentos em plenitude por moralismos mil.
A questão que me pega é: por que enxergar relações abertas e poliamor como um "passo à frente", como "o amor do futuro", como algo mais evoluído ou avançado? Isso me parece um equívoco enorme.
Veja, a poligamia e o poliamor, por mais que alguns achem modernoso demais, é coisa bem antiga, né? Existem desde que o mundo é mundo. Acredito (e aqui tou especulando) que a monogamia tenha se estabelecido como padrão da sociedade moderna burguesa simplesmente por conveniência sócio-política (assim como já acontecia nas sociedades aristocráticas). Justamente por isso é incrível que as pessoas tenham cada vez mais liberdade de escolher o arranjo de suas relações.
Porém, estes outros modelos sempre existiram. De onde vem a ideia de que sejam algo do futuro ou uma evolução? Como se as pessoas que estão vivendo em relações monogâmicas estivessem todas lá embaixo na caverna de Platão, vendo as sombras, vivendo o mito? Claro que muitas podem estar, sim, vivendo em monogamia e sofrendo por isso por moralismos, mas muitas pessoas estão vivendo muito bem, obrigada, na monogamia. E elas não são menos capazes de amor (ou têm uma ideia de escassez amorosa) por isso. Quem se descobriu na não-monogamia não descobriu o pote de ouro pra todo mundo, não deu um passo à frente de todos, não consegue enxergar o que os outros não veem. Quem se descobriu na não-monogamia simplesmente se descobriu na não-monogamia. O que não tem nada a ver com monogâmicos não terem conseguido chegar ainda ao "amor do futuro", na minha opinião.
Por que se acha que o amor monogâmico não é livre?
Que incrível que as pessoas estejam achando a liberdade pra fazer descobertas assim sobre si mesmas, Marcelle! Cada vez mais eu conheço pessoas que estão em relacionamentos abertos e já conheci até pessoas poliamorosas. Não tenho uma ideia romantizada dessas relações, e acredito que conflitos acontecem como em qualquer outra relação (afinal, nem todos os conflitos derivam de exclusividade sexual, né), e penso que são relações válidas como quaisquer outras. Cada casal se arranja como acha melhor.
Penso que há um tempo essa conversa deveria ser muito mais polêmica, e muitas pessoas não viviam seus sentimentos em plenitude por moralismos mil.
A questão que me pega é: por que enxergar relações abertas e poliamor como um "passo à frente", como "o amor do futuro", como algo mais evoluído ou avançado? Isso me parece um equívoco enorme.
Veja, a poligamia e o poliamor, por mais que alguns achem modernoso demais, é coisa bem antiga, né? Existem desde que o mundo é mundo. Acredito (e aqui tou especulando) que a monogamia tenha se estabelecido como padrão da sociedade moderna burguesa simplesmente por conveniência sócio-política (assim como já acontecia nas sociedades aristocráticas). Justamente por isso é incrível que as pessoas tenham cada vez mais liberdade de escolher o arranjo de suas relações.
Porém, estes outros modelos sempre existiram. De onde vem a ideia de que sejam algo do futuro ou uma evolução? Como se as pessoas que estão vivendo em relações monogâmicas estivessem todas lá embaixo na caverna de Platão, vendo as sombras, vivendo o mito? Claro que muitas podem estar, sim, vivendo em monogamia e sofrendo por isso por moralismos, mas muitas pessoas estão vivendo muito bem, obrigada, na monogamia. E elas não são menos capazes de amor (ou têm uma ideia de escassez amorosa) por isso. Quem se descobriu na não-monogamia não descobriu o pote de ouro pra todo mundo, não deu um passo à frente de todos, não consegue enxergar o que os outros não veem. Quem se descobriu na não-monogamia simplesmente se descobriu na não-monogamia. O que não tem nada a ver com monogâmicos não terem conseguido chegar ainda ao "amor do futuro", na minha opinião.
Por que se acha que o amor monogâmico não é livre?