Há pouco tempo, abri uma gaveta no quarto e me deparei com uma caixa de sapatos contendo meus Super Trunfos.

Para quem não conhece, numa explicação bem simplificada, trata-se de um jogo de cartas (da Grow).

Existem diversas modalidades de baralho - carros; motos; aviões; entre outras. A cada rodada, vence quem for superior aos adversários num determinado quesito.

Comecei a pensar o que àquele jogo fazia ali tomando espaço e todo empoeirado, pois eu não jogava há muitos anos. Apesar de ser um jogo considerado infantil, uma pessoa adulta pode gastar um bom tempo se divertindo também.

Recentemente, fiz uma amizade legal com o primo da minha namorada (ele tem dez anos) e percebi que tínhamos muitas coisas parecidas. Claro, quando eu tinha a idade dele.

Resolvi, com muito custo, indo contra o meu apego, doar para ele boa parte dos Super Trunfos. Sim, guardei o primeiro que tive, porque ninguém é de ferro... rs!

Resultado. O moleque, viciado em tecnologia, adorou o jogo. Da última vez, ficamos uma tarde inteira jogando e até minha namorada entrou na onda.

Resumindo, neste caso, o apego se dava ao fato de minhas memórias da infância, principalmente pelas amizades, estarem diretamente ligadas ao jogo que tornava-se valioso pelo simbolismo e nostalgia. Daí a dificuldade de se desfazer de algo aparentemente obsoleto.