A resposta da BBC foi geniosa e digna de nota, mas é preciso um bom cuidado pra não simplificar demais as coisas em um Fla-Flu.
Sei que o PdH não é, sabiamente, de seguir essa linha (generalista, maniqueísta), mas linkar o fascismo diretamente ao conservadorismo é, sim, generalizar e muito a coisa toda.
Veja bem : orgulho nacional é uma das poucas características em comum entre os dois campos políticos acima. Dizer que a UK está tendo tendências fascistas só porque, um conservador, pediu pra tocar a música símbolo dos britânicos após uma decisão (aprovada por maioria popular, diga-se) de reforçar a soberania do reino é forçar bem a barra.
Ainda não vemos sinais de pessoas marchando ás centenas de milhares com cânticos ultranacionalistas, não vemos escolas britânicas doutrinando rigidamente com a cartilha estatal, não vemos pessoas espancando imigrantes e quebrando suas lojas, tomando suas propriedades, jogando estes em campos de trabalho forçado nem os expulsando aos milhões para qualquer outro lugar.
Não há nem sequer sinal dessas medidas fascistas sendo efetivamente planejadas, corroboradas pela população ou sugeridas por políticos de forte influência.
Fascismo é algo muito sério e horrível, mas cujo sentido - assim como o de muita coisa - se perdeu na banalização do uso do termo.
Qualquer coisa que pareça ir contra a ideia etérea de we-are-the-world-we-are-the-children já é jogada na ideia do fascismo, do século XX tá de volta, do "vamos perder todos os avanços conquistados".
Ignora-se o que levou as pessoas á repensar suas correntes políticas, ignora-se todo o contexto que antes permitiu e incentivou eventos sociais trágicos pra humanidade como os nazis e os stalinistas (e que agora não, não permite nem incentiva mais), ignora-se toda a complexidade econômica, geopolítica e cultural que resulta em mudanças como a que vem ocorrendo na Europa e que se deu na vitória de Trump nos USA.
A imprensa ocidental e os "especialistas" estão tão perdidos nesse discurso batido de nós-contra-eles que tiveram que amargar o topetão nova iorquino ganhando a eleição contra todas as suas afirmações de vitória da Clinton.
E não que eu goste do maluco. Pelo contrário, muitas de suas opiniões absurdas e retardadas são efetivamente pra se xingar, repudiar, mandar ir á merda.
Mas que é bom ver todo o establishment e essa tentativa diária de colocar a Direita como uma coisa única, indivisível e maligna (tipo o Sauron da vida real) sendo derrotados por vontade popular, é. É muito bom.
A resposta da BBC foi geniosa e digna de nota, mas é preciso um bom cuidado pra não simplificar demais as coisas em um Fla-Flu.
Sei que o PdH não é, sabiamente, de seguir essa linha (generalista, maniqueísta), mas linkar o fascismo diretamente ao conservadorismo é, sim, generalizar e muito a coisa toda.
Veja bem : orgulho nacional é uma das poucas características em comum entre os dois campos políticos acima. Dizer que a UK está tendo tendências fascistas só porque, um conservador, pediu pra tocar a música símbolo dos britânicos após uma decisão (aprovada por maioria popular, diga-se) de reforçar a soberania do reino é forçar bem a barra.
Ainda não vemos sinais de pessoas marchando ás centenas de milhares com cânticos ultranacionalistas, não vemos escolas britânicas doutrinando rigidamente com a cartilha estatal, não vemos pessoas espancando imigrantes e quebrando suas lojas, tomando suas propriedades, jogando estes em campos de trabalho forçado nem os expulsando aos milhões para qualquer outro lugar.
Não há nem sequer sinal dessas medidas fascistas sendo efetivamente planejadas, corroboradas pela população ou sugeridas por políticos de forte influência.
Fascismo é algo muito sério e horrível, mas cujo sentido - assim como o de muita coisa - se perdeu na banalização do uso do termo.
Qualquer coisa que pareça ir contra a ideia etérea de we-are-the-world-we-are-the-children já é jogada na ideia do fascismo, do século XX tá de volta, do "vamos perder todos os avanços conquistados".
Ignora-se o que levou as pessoas á repensar suas correntes políticas, ignora-se todo o contexto que antes permitiu e incentivou eventos sociais trágicos pra humanidade como os nazis e os stalinistas (e que agora não, não permite nem incentiva mais), ignora-se toda a complexidade econômica, geopolítica e cultural que resulta em mudanças como a que vem ocorrendo na Europa e que se deu na vitória de Trump nos USA.
A imprensa ocidental e os "especialistas" estão tão perdidos nesse discurso batido de nós-contra-eles que tiveram que amargar o topetão nova iorquino ganhando a eleição contra todas as suas afirmações de vitória da Clinton.
E não que eu goste do maluco. Pelo contrário, muitas de suas opiniões absurdas e retardadas são efetivamente pra se xingar, repudiar, mandar ir á merda.
Mas que é bom ver todo o establishment e essa tentativa diária de colocar a Direita como uma coisa única, indivisível e maligna (tipo o Sauron da vida real) sendo derrotados por vontade popular, é. É muito bom.